Uma Breve História do piano 

Este texto aborda a invenção do piano e sua evolução até o século XIX.
O piano foi inventado no ano de 1697, por Bartolomeo Cristofori (1655-1731), Florença, Itália. O primeiro instrumento era chamado de clavicembalo col piano e forte ( cravo com piano e forte). Enquanto as cordas no cravo eram pinçadas, neste instrumento as cordas eram atingidas por martelos cobertos de camurça, de leve ou fortemente, de acordo com a força posta no toque da tecla. Isso abriu um imenso leque de possibilidades expressivas para o instrumento de teclado como o aumento progressivo do pp ao ff, ou contraste súbito entre o piano e o forte, o controle de nuances intermediários de volume alem do surgimento das possibilidades da utilização de tipos de toques diferenciados através de articulações diferentes como: legatto, staccato, tenuto, marcato, staccatíssimo, meio legatto etc.
E finalmente o piano podia englobar tipos de acentuação como: >, <, sforzatto (sfz), ^ , fp etc.


Sua dinâmica inclue uma variedade de possibilidades como: (pppp), pianissísimo (ppp), pianíssimo (pp), piano (p), mezzo piano (mp), mezzo forte (mf), forte (F), fortíssimo (ff), fortissísimo (fff), até ffff, além dos sinais de cresc, decres ou diminuendo, messa di você (<>), cesura (//) .
O primeiro compositor, pelo que se sabe, a ter escrito peças para piano foi Ludovico Giustini (1685-1743).
O Piano Moderno
Cristofori fabricou ao todo mais de vinte pianos e nos seus últimos modelos já se encontram quase todos os elementos existentes no piano moderno, seja no de cauda (com forma de asa e cordas dispostas horizontalmente), seja no vertical (com cordas dispostas verticalmente). Dentre estes elementos podemos citar:

As cordas: As cordas são feitas de aço. Na parte do gravíssimo (baixo) para cada nota há apenas uma corda (enrolada com fio de cobre para aumentar a ressonância) normalmente chamada de bordão. Na extensão grave cada corda possui dois bordões e na extensão médio em diante cada nota possui três cordas. Quanto mais curta a corda, fina e apertada, mais depressa ela vibrará e mais alto irá soar.

Pedais:
O pedal direito: Retira os abafadores das cordas fazendo com que as cordas continuem vibrando. O mecanismo é o mesmo tanto no piano de cauda quanto no de armário.

O pedal esquerdo: É chamado de "una corda".

No piano de cauda, o pedal esquerdo faz todo o mecanismo mover-se para o lado direito fazendo os martelos baterem apenas em uma das duas cordas ou em duas das três cordas. Fazer pressão com o pé sobre este pedal significa diminuir sua intensidade e até causar
efeitos diferenciados.No piano vertical, isto pode ocorrer tanto através do acionamento do feltro que se interpõe entre os martelos e as cordas ou aproximação dos martelos às cordas.

O terceiro pedal: (pedal sostenuto), principalmente no Steinway, mantém os abafadores fora somente daquelas cordas cujas teclas estão abaixadas no momento.

Aceitação do piano


No início foram necessárias algumas décadas para que a semente encontrasse um solo fértil, durante algum tempo, os compositores escreviam para cravo ou para piano forte. O período barroco estava cedendo passagem ao clássico e o piano foi o meio perfeito para nova expressão da música, foi então que um instrumento de teclado assumiu a importância como solista.
Londres e Viena eram seus centros principais. A guerra dos sete anos levou muitos fabricantes a buscar refúgio no interior na década de 1760 e uma segunda leva de especialistas fugindo da revolução chegou a Inglaterra em 1790.
As duas capitais deram origem à duas escolas distintas de fabricação de piano, sendo assim a principal diferença residia na maneira como era concebido e montado o complexo mecanismo que fez com que os martelos percutam as cordas.

Pianos Vienenses: Eram em geral mais suaves, tinham um som refinado que valorizam a melodia, além do trabalho de marcenaria ser mais delicado.

Pianos Ingleses: Tinham a sonoridade mais robusta (mecanismo mais forte), pois possuía maior tensão nas cordas. Os grandes compositores clássicos tocaram em pianos vienenses , porém a transição para os instrumentos mais fortes da escola inglesa pode ser percebida nas últimas sonatas de Beethoven.Uma das principais características da obra de Beethoven eram os contrastes dinâmicos. Foi grande a sua influência na manufatura dos pianos. Em 1818 Broadwood, o mais famoso fabricante de pianos da época, ofereceu-lhe um piano de cauda que dispunha das mais modernas características. Até mesmo esse piano quebrou com o fervor de sua execução, porém ele se manteve apegado àquele piano até sua morte, em 1827.

Dois dos fabricantes de pianos mais talentosos que viveram algum tempo em Londres no final do século dezoito, eram franceses: Sébastien Erard e Ignace Pleyel. Quando o ardor da Revolução francesa acalmou, retornaram a Paris e criaram suas fábricas, que se tornariam as mais importantes do início do século dezenove.
Bibliografia:
BENNET, Roy. Instrumentos de teclado. Rio de Janeiro ,Jorge Zahar, 1989
DICIONÁRIO GROVE DE MÚSICA. Tradução de Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro; Jorge Zahar Ed.,1994. (Edição concisa/editado por Stanley Sadie; editora Assistente, Alison Latham).